Algumas casas exigem cuidados especiais.
A localização é o principal fator para começar o processo de "desmontagem" da casa, pois algumas situam-se em áreas urbanas, pois muitas apresentam quedas de paredes e telhados sendo um perigo para pedestres, para estas casas é necessário um alvará da prefeitura autorizando a demolição.
Cada casa possui um valor histórico pois antigamente não existia o pensamento de "reciclagem" ou "preservação" pois eram tempos em que ninguém temia o progresso que é hoje.
Os construtores do final do século XIX e início do XX tinham todo cuidado em separar árvores para a casa, que muitas das vezes eram cortadas no fundo da propriedade onde a casa seria construida.
Perobas, Cedros Rosas, Angelins, Ipês, Cabreúvas, Canelas e Aroeiras são algumas das madeiras que se pode encontrar hoje nessas construções, muitas delas eram cortadas por traçadores e puxadas por carros de boi até o local de trabalho, e ainda passariam por um processo de "lavragem" a machado, que era aparelhar a tora, deixando a mesma em condições de trabalho mas mantendo seu estado bruto.
Algumas eram apenas cortadas ao meio e viradas com a parte da casca para baixo, muito usadas em estroncas, apoios de assoalhos e telhados.
As casa apresentam um pé direito de 4,0 a 4,40 m sendo em desnível. Algumas peças de aroeiras eram colocadas na fundação e cobertas por pedras, essas peças chegam até 8 metros de altura, a mesma utilizada em postes, chamadas de espigões, ela davam toda a sustentação da casa, que era feita em tijolo de barro branco, e a maior parte em taipa.
Peça de proba rosa de 7 metros de comprimento de 22 x 22 cm, é possível ver a irregularidade na peça, que é o corte característico do machado, na parte do fundo ela é composta de telhas francesas e na parte da frente é coberta com telha capa e bica, notar a quantidade de telhas para cobrir 1m², 20 telhas mesmo elas sendo o dobro das francesas.
Detalhe da peça de peroba rosa que faz a sustentação do telhado, medindo aproximadamente 7 metros por 20 x 20 cm, com duas peças de canela em estado bruto dando sua sustentação lateral formando uma das duas tesouras mestres da casa.
Parede feita em taipa, notar a parte de baixo de apoio, é uma peça de peroba rosa de 9 metros de comprimento por 50 x 50 cm que dava toda a sustentação para casa, a parede era feita com pedaços de coqueiros ou eucalipto, trançadas com cipó e depois batido o barro.
Detalhe da parede de taipa.
Visão geral da parte do porão e paredes da casa.
Tijolos que foram retirados da parte posterior da casa e prontos para serem transportados para o depósito.